terça-feira, novembro 25, 2008

O 1º dia


Quando comecei a escrever sobre a minha vida como estudante de Erasmus, deveria ter começado por este post, o meu 1º dia em Itália.
Sem dúvida que a minha chegada a Pádua marcou-me pelo lado positivo e negativo. Acabei por ir no avião com outro rapaz que também ia fazer Erasmus em Pádua e também estudava na mesma faculdade do que eu, o Miguel. Conheci-o dias antes de ir para Pádua e de certa forma tranquilizou-me ir com alguém. Ao chegar a Pádua percebi que os italianos ainda são piores do que os portugueses no que toca a organização, acabámos por não pagar bilhete de autocarro porque a entrada para o autocarro estava mal organizada e lá poupámos uns eurozitos. Tudo me parecia bem até ao momento em que eu tive de seguir sozinha. Ao chegarmos na estação de autocarros o meu parceiro de viagem teve de seguir o seu caminho, e na estação estava uma simpática rapariga que o foi buscar. Como não conhecia os caminhos perguntei-lhe se podia ir a pé para a minha residência ou teria de apanhar o autocarro. Ela, muito simpática disse que era perto. Bem, eu agora percebo que é perto mas sem malas atrás. Quando eu comecei a andar com 20 kg na mão e mais 10 kg às costas eu percebi que este caminho iria ser muito longo mas estava convencida que seria muito perto dali. O que é que eu fui fazer! Eu devia ter apanhado um autocarro. Andei, andei, andei e andei. Nunca mais chegava ao meu destino, perguntava às pessoas e via que estava no caminho certo mas nunca mais chegava. Até que para ajudar à festa começou a chover. Bem, até que resolvi pedir a alguém o número dos táxis. Eu sei, devia ter ido de táxi mas a moça simpática disse-me que era perto, claro que eu acreditei e pensei que não iria demorar tanto. Lá consegui falar meio italiano, português e inglês e houve uma senhora que me ajudou a chamar um táxi, apesar de ela me ter dito que já estava quase na residência…faltavam poucos metros. Mas eu já não aguentava mais e disse que tinha de chamar o táxi. Para ajudar à festa o táxi não apareceu. E lá tomei coragem e fui até à residência, e era verdade, já estava muito perto. Ridículo! Andei dias e dias com dores no corpo. Depois de ter andado com todas as malas atrás de mim, não conseguir falar italiano, basicamente ter feito figura de parva ainda tive de andar de um lado para o outro para conseguir entrar na residência e por pouco iria ficando na rua. Pode-se dizer que o meu pensamento foi “Miúda, tu não te aguentas nem 8 dias aqui”. O 1º dia foi horrível, surgiram-me pensamentos de desespero e de arrependimento. Quando entrei no meu quarto pensei “O que é que foste fazer?”. Confesso que foi um dia muito difícil, aconteceram várias coisas que me deixaram a pensar que não iria ser capaz de me aguentar sozinha mas afinal nessa noite nem tudo correu mal, acabei por conhecer uma polaca que sentia o mesmo que eu e nessa noite acabei por descobrir que até falo inglês.
Desde que cá estou, esse foi o dia mais difícil para mim e foi o único dia que pensei que não seria capaz de passar este tempo todo longe das pessoas que gosto. Mas sem dúvida que me ambientei bem e cada dia que passa, penso que foi das melhores coisas que já fiz e acho que quando tiver de ir para Portugal, terei muitas saudades desta cidade e de ter acabado esta magnífica aventura.

Resolvi pôr uma fotografia do primeiro dia que nevou em Pádua, esta é a vista do meu quarto...foi muito bom acordar com esta paisagem.


Baci e ciao!

quinta-feira, novembro 13, 2008

A vida de um estudante de Erasmus


Quando disse aos meus amigos que ia fazer Erasmus todos me diziam a mesma coisa “Isso é que vai ser passear e ir a festas todos os dias, ei?” e eu dizia “Não é bem assim…que exagero!”. E eu tinha razão, não tenho festas todos os dias, tenho dia sim e dia não. Desde que cá estou só vou a festas de boas vindas, faz um mês que estou aqui e ainda me estão a dar as boas vindas.
Quando vivia em Portugal andava sempre stressada com imensas coisas para fazer e estudar, por vezes nem sabia por onde me virar com tanta coisa. Eu sei que exagero com o número de coisas que faço mas agora sinto que estou de férias e umas férias bem merecidas! Enquanto em Portugal tinha de organizar a minha vida de maneira a conseguir estudar, ir às aulas e ainda ter tempo para estar com as pessoas que gosto, aqui tenho de me preocupar em que dia é que é uma determinada festa, que cidade irei visitar este fim-de-semana, como se diz vassoura em italiano, o que é que vou comer hoje, uma pizza capricciosa ou uma lasagna? Bem, sinto-me uma inútil. Mas na realidade sinto-me muito bem. Não me posso esquecer das aulas na universidade, é a única coisa com que tenho de me preocupar mas comparando com a vida que levava em Portugal, estou de férias!
Reparo que existem 3 tipos de estudantes de Erasmus e classifiquei-os da seguinte forma:

(1) Aqueles que vieram para Pádua só para se divertirem, nada de fazerem uma única cadeira na faculdade.
(2) Outros que não vão às festas porque se têm de se levantar cedo no dia a seguir.
(3) E outros como eu, que querem fazer tudo, divertirem-se e fazerem as cadeiras.

Normalmente, mais tarde os do tipo (3) acabam por se transformarem num tipo (1) ou num tipo (2). Eu espero conseguir manter-me no tipo (3).
A vida de um estudante de Erasmus não é assim tão fácil. Não pensem que é só festas e diversão a toda a hora. Temos de fazer coisas que não estávamos habituados a fazer e não temos a mama e o papa para nos ajudarem em determinadas situações.
Sinceramente, pensei que ia ser mais difícil viver este tipo de experiência mas desde que tenha internet, estou bem.
Sem dúvida que é a melhor experiência que já tive. Se tiverem oportunidade para irem fazer Erasmus, vão!

Ciao e baci!

sexta-feira, outubro 31, 2008

Cittadella, Marostica e Bassano del Grappa



No passado domingo visitei estas três cidades. São três cidades pequenas mas muito bonitas, consideradas como “pequenas cidades” de Veneto. Através das fotografias pode-se ver que uma das cidades, a Cittadella, tem um forte. O mais engraçado é que tem 4 portas e cada uma delas indica a direcção de Veneza, Bassano del Grappa, Padova e de outra que não me lembro. É sempre bom visitar sítios novos.
Em Pádua os universitários andam revoltados com algumas alterações que estão prestes a acontecer. Tem havido muitas manifestações e os professores é que incentivam os alunos a fazerem e perdem mesmo algum tempo da aula a explicar a situação. Pelo que percebi, querem diminuir o número de professores nas escolas e assim diminuir o financiamento das escolas em geral. Como o meu professor diz, cheguei na altura mais complicada de Itália. Mas já reparei que os italianos não são muito de ficar parados, quando não gostam de alguma coisa, todo o país se move e acho que fazem muito bem. Por isso, nestes dias só se ouve falar disto e há cartazes por todo o lado. Não fui a nenhuma manifestação porque ainda não sei falar bem italiano para andar por lá a gritar qualquer coisa que não percebo o que quer dizer.

Ciao e baci

sexta-feira, outubro 24, 2008

Aulas de italiano


Finalmente começaram as aulas de italiano. Depois de 2 horas de exame para sabermos em que nível ficavamos, atribuíram-me o nível A2. Fiquei feliz por saber que até sei algumas coisas, pensei que ia ficar no nível A1. O nível A2 é para quem percebe o que lhe dizem mas quando temos de falar começamos a gaguejar, a corar, a rir e a fazer caretas. É bom saber que o meu estudo solitário em Portugal e a ajuda da Ana Margarida resultou em alguma coisa. Quando saio das aulas de italiano sinto-me capaz de dizer qualquer coisa mas passado 10 minutos vejo que é só optimismo.
Na minha residência existem vários seguranças. Há um que sempre que o vejo tento fugir dele, não porque o senhor seja rude comigo ou algo que se pareça mas porque nós não nos conseguimos entender. Eu não percebo o que ele diz e vice-versa. Eu tento falar italiano com ele e ele não percebe. Eu falo inglês e ele responde-me em inglês mas eu não percebo o que ele diz porque tem uma pronúncia muito má. E a conversa acaba sempre com ele a dizer “tu non parli inglese” e a fazer-me um desenho. Da última vez meti conversa com ele, para de certa forma fazermos as pazes e pela primeira vez conseguimo-nos entender. Tenho mesmo de treinar o meu italiano.
Nestes últimos dias muitos estudantes têm caído com as bicicletas. De certa forma é assustador porque muitos deles chegam a ir para o hospital. Já percebi que não corro esse risco porque a minha bicicleta é muito lenta, afinal não é por causa da minha falta de jeito que ela não anda mais rápido mas sim pela falta de esperteza por me ter deixado enganar. O rapaz que me vendeu a bicicleta tinha duas à venda e disse-me que esta bicicleta era melhor para mim. Agora até lhe agradeço por me ter dado esta bicicleta magnífica porque assim mesmo que eu me queira “armar aos cágados”, ela não anda mais rápido.
No próximo domingo visitarei outras cidades italianas e contarei mais novidades.

Ciao e baci!

segunda-feira, outubro 20, 2008

Momentos mágicos e comoventes

Durante estas duas semanas que passaram tive três momentos que marcaram de certa forma a minha visão sobre a vida.

O primeiro foi o concerto que tive com as Bellenden Ker. Estava tão nervosa e os meus pais não percebiam porquê. Talvez fosse esta a primeira vez onde sabia que poderia libertar o meu ser interior num concerto… e o que é certo, é que quando saímos de trás dos cortinados e fomos para o palco tive de libertar a ansiedade que se guardava em mim… no escuro via caras conhecidas e sorria para elas mas a música fez-me transformar e ficar num mundo só meu e das Bellenden Ker. Finalmente consegui libertar-me, sem me preocupar com os pensamentos das pessoas, era só eu, elas e a música. Dancei sem parar. Dei por mim a olhar para a Vânia e ela sorriu, como que estivesse a sentir precisamente o mesmo. No final, os abraços às minhas amigas da banda que partilharam este mesmo espírito comigo e, quando saí de palco, fui recebida com um grande abraço da minha amiga Ana Lu que não me julgou, muito pelo contrário… ainda me lembro de algumas das suas palavras “Solange, estavas linda. Estavas no teu mundo, a tocar.” Foi, sem dúvida, o melhor concerto que eu alguma vez dei. Queria agradecer a todos aqueles que foram assistir e que fizeram parte deste momento tão especial para mim.

O segundo não advém de algo bom. A tia-avó de uma grande amiga minha, da Bene, faleceu. Como eu cheguei a conhecer a senhora em vida e queria dar uma força à minha amiga, decidi ir à missa dedicada à senhora. Quando cheguei lá, a Bene tinha a sua flauta transversal na mão e as irmãs uma guitarra clássica e uma folha. Quando começou a missa senti logo um arrepio no corpo… nunca tinha ouvido estas músicas com guitarra, flauta transversal e a diversas vozes. Reparei que estava um senhor cá atrás a cantar, possivelmente, a parte do tenor. Nunca pensei gostar tanto da música “Senhor, tende piedade de nós, somos o teu povo pecador…”. Estava simplesmente linda a música. Comoveu-me depois ainda mais ouvir as palavras que escreveram sobre a tia. Foi, sem dúvida, uma boa pessoa. O seu nome era Isaura Canto e foi das primeiras pessoas em várias coisas, entre elas, das primeiras mulheres a tirar a carta de condução cá em Portugal, das primeiras pessoas a tirar o curso de Estomatologia. Dedicou parte da sua vida às sobrinhas, ajudando-as bastante na sua educação. Ela adorava dar, sem pedir nada em troca e sem muitas vezes ouvir um obrigado… mas isso não importava. Foi uma boa senhora e as boas pessoas merecem ser recordadas.

O terceiro momento mágico foi quando ontem recebi uma toalha bordada por uma tia-avó minha, a minha tia Maria. Eu olhar para estes presentes penso que para fazer isto é porque realmente gosta-se muito da outra pessoa pois isto são várias horas de dedicação e isso ninguém lhe devolve. É com estes gestos que eu percebo melhor o significado da vida.

Três grandes momentos, mágicos e comoventes…

domingo, outubro 19, 2008

Veneza

Hoje fui a Veneza com mais 3 amigos. Bem, estou sem palavras e sinceramente nem sei bem o que escrever. Escrever sobre Veneza é muito complicado. Por mais que descreva o que vi e por mais que tire centenas de fotografias nunca conseguirei transmitir e mostrar a grandiosidade daquela cidade. Foi complicado escolher uma fotografia para pôr neste post. Nenhuma conseguia mostrar realmente aquilo que vi. Resolvi por uma que nem é das melhores que eu tenho mas gosto dela porque foi um momento que particularmente gostei e mostra como nós nos sentimos pequenos no meio daqueles canais.
Andei de gôndola. Lá consegui regatear com o senhor para baixar o preço e lá baixou um pouco mas fez uma visita muito rápida, gostava que tivesse sido mais tempo. Sem dúvida que esta é a cidade perfeita para se ir com alguém especial. Os italianos conseguem criar um ambiente muito romântico e harmonioso mas também muito dispendioso para quem quer ter momentos inesquecíveis.
Eu sempre quis conhecer Itália, e Veneza era daquelas cidades que desde pequena me despertava curiosidade e nunca pensei um dia vir a conhece-la. Para mim, Itália é um país muito completo. A comida é óptima, as paisagens são muito variadas e deslumbrantes e para quem gosta de arte como eu gosto, Itália é um dos melhores países para visitarmos, principalmente em relação à pintura. Eu adoro pintar a óleo e desenhar a carvão. Não costumo ter muito tempo para o fazer mas quando tenho, dedico-me inteiramente ao quadro e demoro dias a fazê-lo. Para mim, alguns dos maiores mestres viveram em Itália e tenho pena de ainda não ter tido muito tempo para ir ver exposições, por isso tentarei ir novamente a Veneza. Florença é uma das cidades que estou desejosa de conhecer. Desejosa por ver as grandes obras de Michelangelo, realmente ele foi o maior génio do Renascimento. Espero ir brevemente a Florença.
Em relação a Veneza, se tiverem oportunidade venham visita-la e de preferência com alguém especial, de certeza que não se arrependerão.

Ciao e baci!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Bicicleta


Nesta semana deu para conhecer todos os meus professores. Uns mais simpáticos do que outros e uns que percebo o que dizem e outros que não percebo nada de nada. O mais engraçado é quando me perguntam se percebi. Eu nem percebo que eles me estão a perguntar se eu percebi e não sei porquê mas acabo por dizer sempre que sim, eu não sei o que perguntam mas eu digo que sim. Já me dei mal por causa disso mas ainda não o suficiente para deixar de o dizer. Quando estou num momento de pressão a minha tendência é para dizer que sim mesmo que não perceba a pergunta. Tenho um professor que não percebo nada do que ele diz. Ainda estou para descobrir a matéria que vou dar àquela disciplina, vai ser uma surpresa para mim no dia do exame. Sinceramente, não estou muito preocupada. Com as aulas de italiano as coisas vão lá e para mais tenho colegas muito simpáticos, oferecem-me os apontamentos e ainda vão comigo comprar os livros. O que posso pedir mais? Para facilitar mais as coisas o meu coordenador de Erasmus em Itália fala português, não me posso queixar. Tenho tido muita sorte. Eu cá não quero chatear nenhum italiano, já ouvi dizer que são umas feras quando fazemos alguma coisa que eles não gostam. Um dia passam-se comigo.
Finalmente tenho uma bicicleta e não comprei uma roubada, o que é muito difícil aqui em Pádua. Mas foi complicado, o rapaz não falava inglês…estava complicado fechar negócio. Sinceramente acho que fui enganada. Não sei se é a minha falta de prática ou a bicicleta não é lá grande coisa, estou a tentar trocá-la por outra mas duvido que consiga. Todos os meus amigos vão a “speedar” e eu lá atrás a tentar dar o mais que posso, devem pensar “Esta portuguesa é sempre a mesma coisa, coitadita!”. Já não andava de bicicleta há muito tempo mas como se costuma dizer, nunca nos esquecemos como se anda de bicicleta. Realmente é verdade, eu não me esqueci, mas foi difícil não ir contra os carros (parados) e ainda continuo com algumas dores em determinadas partes do meu corpo.
Resolvi não deixar nenhuma fotografia da minha bicicleta, não porque seja feia ou muito velha mas porque ainda não tirei nenhuma fotografia. De certa forma tenho uma relação de amor – ódio com ela.


Ciao e baci

domingo, outubro 12, 2008

Verona


A cidade de Romeu e Julieta. Muita gente acredita que esta história realmente existiu. Bem, até pode ter existido uma história semelhante mas não igual à de Shakespeare. Muitas pessoas desejavam ter uma história de amor como a deles, tirando a parte da tragédia. É verdade, realmente é uma história bonita e que nos faz sonhar mas não passa disso.
Neste sábado fui até Verona com o grupo de Erasmus. Realmente valeu a pena ter ido, Verona é uma cidade lindíssima e ainda mais bonita do que Pádua. Sem dúvida que Itália é um país lindíssimo e fiz uma óptima escolha em ter vindo para cá. Visitei alguns dos sítios mais emblemáticos da cidade e como não podia faltar a casa do Romeu e da Julieta. Perto da casa da Julieta há uma parede coberta de bilhetes de amor, pessoas que pedem os seus desejos num papel e depois colam com uma pastilha elástica (sem dúvida muito romântico) como se a Julieta os fosse ajudar. Eu não deixei nenhum bilhete porque nem a Julieta me pode ajudar mas aproveitei e pus a minha mão na mama da Julieta, é verdade. Eu não queria pôr mas alguém me disse que se não pusesse dava azar e lá resolvi por descaradamente a minha mão sem lhe pedir autorização. Ainda pensei, se fosse o Romeu…agora a Julieta? Nada de estátuas do Romeu mas só da bonita Julieta. Achei engraçado terem transformado a casa da suposta Julieta numa loja de aventais. Muito romântico, não haja dúvidas.
Acho que todas as cidades italianas têm algum romantismo, não sei se é devido ao tipo de arquitectura, idade média, gótica que nos faz imaginar se tivéssemos naquele tempo. Acho que naquela altura não devia ser tão romântico, devido às condições de higiene que possuíam.
Se já encontrou a sua cara-metade vá com ela a Itália, não se arrependerá.

Ciao e baci!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Ciao Italia!


Já me encontro por terras desconhecidas. Depois de alguns dias na bela e antiga cidade de Pádua já deu para perceber que tenho de comprar urgentemente uma bicicleta porque os meus pés já não aguentam mais. Toda a gente anda de bicicleta e eu não ando porque para ter uma terei de gastar ainda uma boa quantia de dinheiro ou terei de comprar uma bicicleta roubada, que um dia mais tarde poderá ser roubada também.
A cidade de Pádua é muito diferente da cidade de Lisboa, é uma cidade mais pequena e mais antiga. Desde que cá cheguei já tive algumas situações embaraçosas com o meu belo italiano. Confesso que não consigo falar italiano e passo o tempo todo a falar inglês e eu nem sabia que conseguia falar inglês, agora não quero outra coisa. Até Sábado pensava que havia muitos poucos portugueses em Pádua mas afinal ainda somos bastantes. Conheci imensos e deu para falar um pouco português. Eu estou a adorar em praticar o meu inglês, então passo o tempo todo com belgas, polacos e alemães. Normalmente as pessoas têm tendência a andarem sempre com pessoas do mesmo país. Eu acabo por andar sempre com estrangeiros. No sábado houve uma visita guiada por Pádua e mais tarde fomos até ao Prato della Valle, que é um dos sítios mais bonitos de Pádua e fomos beber umas sangrias, uma festa para os estudantes de Erasmus. Passei a noite toda com um grupo de polacas que vivem na minha residência, senti-me o emplastro mas diverti-me imenso e depois acabei por ir jantar uma magnífica pizza com 3 espanhóis, 3 belgas, 2 italianos e 1 alemão. Como vêem eu gosto de conhecer pessoas de diferentes países e acho muito mais interessante.
Desde que cá estou tenho comido mozarella todos os dias. Todos os dias prometo a mim mesma que hoje não comerei mozarella mas é difícil porque quase todos os pratos têm mozarella e mesmo quando não têm eu tenho de a comer, irei comê-la até enjoar e espero que esse dia nunca chegue. Como vivo numa residência tenho de comer sempre fora, então posso dizer que ando a provar todos os pratos italianos, o que me agrada. Eu acordo a pensar em comida e deito-me a pensar nela e quando chegar a Portugal terei mais 10 Kg, com certeza. Ainda bem que eu escolhi Itália para viver. Para quem nunca veio a Pádua, vale muito a pena. As pessoas são simpáticas, a comida é óptima, é uma cidade fria mas agradável e bonita.
É verdade, já me ia esquecendo, até agora não tive muitas aulas na universidade mas serão todas em italiano e até agora gostei dos professores. Daqui a poucos dias começarão as aulas de italiano e perceberei melhor o que me dizem e saberei pedir convenientemente uma pizza.
Tentarei escrever todas as semanas a contar as minhas aventuras como estudante de Erasmus nesta magnífica cidade de Pádua.

Ciao e baci

sábado, setembro 27, 2008

Ciao Portogallo!


No próximo dia 30 irei iniciar a minha grande aventura como estudante de Erasmus para Itália, mais propriamente para Pádua. Estou perto do dia de embarque e tento recordar-me porque raio me inscrevi para ir para um país estrangeiro completamente sozinha. Chego à conclusão que não devia estar bem da cabeça.
Bem, toda a gente me diz que vai ser uma aventura incrível, sinceramente acredito nisso, quando me quiser expressar e não conseguir, vai ser uma grande aventura, espero não ofender ninguém com o meu belo italiano. Toda a gente me diz que estou muito calma para quem vai viver uma experiência deste género. O que posso dizer é que estou ansiosa mas ficarei mais excitada quando lá chegar. Prefiro nem pensar, por isso este meu estado aparente de tranquilidade. Quando resolvi ir fazer Erasmus e disse aos meus pais, eles concordaram em que eu fosse e acharam que seria muito bom para mim, principalmente para o meu currículo…bem, eu fui sincera e disse que não ia propriamente para isso mas sim para me divertir, conhecer pessoas novas, visitar vários países, aprender umas nova língua e já agora também estudar. Não, não pensem que só quero rambóia, claro que vou fazer as cadeiras a que me propus. Ainda não sei bem quanto tempo irei ficar por lá, se gostar muito pode ser que fique lá um ano. Por isso, os próximos posts vão ser escritos em Itália, e contarei algumas das minhas aventuras. Por isso estejam atentos, acredito que irei ter muita coisa para contar.

Até à próxima!

sexta-feira, agosto 29, 2008

Inscrições para o atelier de jazz


O atelier de jazz do conservatório de Alhandra começou a funcionar em Novembro de 2007 e este ano estão novamente abertas as inscrições para o ano lectivo 2008/2009.
Estas aulas são dadas por professores do Hot Clube de Portugal, com Pedro Moreira,
Bruno Santos, Filipe Melo, Gonçalo Marques, Ricardo Pinheiro entre outros. Digo por experiência própria que aprendi imenso com todos eles e cresci muito musicalmente. Depois de muitos anos de estudo de música clássica, finalmente encontrei um estilo musical com que me identifico. Para quem toca qualquer instrumento acho que era importante ter aulas de jazz, acho que crescemos muito quanto músicos e começamos a conseguir tocar qualquer coisa que nos apareça à frente, o que é muito gratificante.
Para além de treinarmos o nosso ouvido, tocarmos em conjunto e divertirmo-nos a faze-lo, ainda temos a simpatia e a disponibilidade dos professores que lá vão. De início, é muito frustrante quando não conseguimos tocar nada, nem fazer um pequeno solo mas com o tempo vamos melhorando. Eu ainda sou uma novata e só tenho pena de não ter começado mais cedo.
Por isso para quem estiver interessado em aprender jazz, tocar em grupo e conhecer os grandes mestres do jazz português inscrevam-se, vale muito a pena. Se estiverem interessados e com dúvidas podem deixar um comentário e eu responderei. Não se preocupem com o vosso nível de instrumento, é para todos os níveis. No cartaz estão todas as indicações.


Até à próxima!

domingo, agosto 17, 2008

Roda gigante é que não!


Depois de 10 dias no Algarve regressei a Lisboa para estudar para o meu exame que será em Setembro, a única cadeira que me falta para ser uma senhora licenciada.
Andei pelas festas algarvias, na fabulosa festa do “Sasha beach” e senti-me uma perna de frango ambulante como todas as outras mulheres que por lá andavam, com certeza. Hoje em dia uma mulher não pode dançar em paz levando simplesmente uma mini-saia e uma camisola decotada…não se percebe!
Para além de conhecer as bonitas cidades de Portimão e Lagos fui até ao Zoomarine. Já não ia lá há muitos anos. Existem vários espectáculos com golfinhos, focas e araras, para além de existirem vários divertimentos. Há um que não suporto e detesto andar nele e tenho a certeza que muita gente partilha este medo comigo que é a arrepiante roda gigante. Sabem, aquela roda que gira muito devagarinho para apreciarmos bem a paisagem? É essa mesma. Da última vez que lá tinha ido fiquei com trauma àquela roda e quando lá entrei de novo neste verão foi a primeira coisa que me lembrei.
Para quem tem vertigens é a pior coisa que se pode fazer, andar na roda gigante. As pessoas dizem que é uma roda muito romântica, até pode ser e com certeza se eu fosse com um moço ele até iria gostar porque iria estar o tempo todo agarrada a ele com medo de olhar para baixo. Todos os outros divertimentos são mais rápidos e por vezes até mais altos do que a roda gigante mas nem temos tempo de pensar em nada, e é pura adrenalina…agora a roda gigante? A montanha russa é que é, qual roda gigante!
Bem, as praias do Algarve estão cheias. Uma pessoa nem consegue pôr a toalhinha e percorremos o caminho todo na areia a dizermos “Ops! Desculpe, não lhe queria pisar a cabeça!”. Por vezes levantamos a cara da toalha e deparamos com as nádegas de uma senhora bem juntinhas à nossa cara, é desagradável. Mas é sempre bom ir para o Algarve, quem é que não gosta? Deixo-vos com uma foto tirada por mim na praia do Vale. É das praias mais bonias do Algarve, sem dúvida!


Até à próxima!

quarta-feira, julho 16, 2008

Apatia

Gritos de desespero arrancados duma alma frustrada e vazia que se encontra no corredor da morte apela por algo desconhecido aos ouvidos humanos que se rebaixam perante a estranheza duma situação… preferem fechar-se no seu mundo para não serem cúmplices de algo que lhes apele a uma reacção.

Poderia contar o caso de Vialonga, em que uma rapariga no seu próprio prédio às tantas da manhã gritou para os vizinhos a acudirem… só quando pararam de ouvir os gritos é que os vizinhos chamaram a GNR… já ela estava no outro mundo…

O que está a acontecer com a sociedade de hoje em dia?

Vejo as pessoas a irem para o comboio, a caminhar sobre as pedras pisadas, a comentarem em pensamentos para si “Não me apetecia nada ir para o trabalho…”, provavelmente aturarem um chefe que é uma besta ou colegas que vivem nas suas intrigas e por vezes conseguem lixar as pessoas assim. No dia seguinte, recomeça a rotina…

Nas discotecas, rapazes para um lado e raparigas para outro… na última vez que fui (já foi há algum tempo) constei isso… as raparigas a dançarem com as raparigas e os rapazes com os rapazes…

Nos grupos musicais (que é o que estou mais a par), cada um toca para seu lado, sem se ouvirem… depois culpam X dessa situação em vez de se ajudarem, de se ouvirem aos outros… em vez de se apoiarem…

E depois no fim do ciclo da vida chora-se por não se ter passado mais tempo com as pessoas de quem se gosta realmente…

O que devemos fazer para contornar o triste caminho que a sociedade está a tomar? Preciso de respostas…

domingo, junho 22, 2008

Rock in rio again

Dia 6 de Junho voltei à cidade do Rock. E mais uma vez tive a sorte de ter bilhetes oferecidos e este ano ainda por cima VIP’s. A tenda VIP não tem nada de especial, a sério, simplesmente pode-se comer até cairmos para o lado, temos confortáveis sofás para nos sentarmos, ocorrem pequenos espectáculos, dão imensas ofertas, têm casas de banho como deve ser, muita bebida, com vista para toda cidade do rock e gente muito famosa, apesar de eu não ter conhecido ninguém que lá estava. Como vêem a tenda VIP não era nada de especial. Quando estava a ir para a tenda VIP pensei, "bem entro lá e devo conhecer imensa gente". Para meu espanto quando lá entrei não conheci ninguém, claro eu não leio revistas cor de rosa, como haveria de conhecer as pessoas! Não sei se não conhecia ninguém por não ler revistas cor de rosas ou porque as pessoas realmente VIP’s não se dão a conhecer ou ao fim ao cabo eram tão famosas quanto eu.
O que interessa é que me diverti, é sempre bom saltar ao som de offspring, a minha banda de adolescente, foi bom relembrar os velhos temas que me faziam vibrar na altura e que me fizeram vibrar naquela noite. Adorei muse e confesso que não liguei muito a likin park, acho uma boa banda mas…não é o suficiente para me fazer estar bem perto do palco.
Já que demorei tanto tempo a escrever sobre a minha ida ao rock in rio por ter tanta coisa para fazer e não ter tempo para escrever um pouco, aproveito em juntar a este post uma triste noticia. Na semana passada faleceu o pianista de jazz, Esbjörn Svensson, para quem não conhecia era o pianista do vídeo que deixei no último post. Morreu num acidente de mergulho subaquático. Apesar de o ter descoberto há muito pouco tempo e ainda andar a vasculhar muita coisa sobre este trio acabei por me identificar muito com ele. Pensava que um dia ainda o poderia ir vê-lo ao vivo e é com muita pena minha que não o irei ver. É uma grande perda. Adorava as melodias que ele conseguia fazer, simples e bonitas. E novamente vou deixar um vídeo deste trio, um que gosto muito e acho que diz muito se escutarem e verem com atenção.

Até à próxima!

quarta-feira, maio 28, 2008

2 Anos!

E lá vão 2 anos a escrever parvoíces...mas vamos continuar a escrever e espero por muito mais tempo. Durante estes 2 anos muita coisa aconteceu e quisemos partilhar convosco. Hoje, vai ser um post breve mas deixo-vos com um video de um dos grupos de jazz que ando a ouvir ultimamente, E.S.T. Esta musica chama-se Round midnight que foi composta por Thelonious Monk e para mim esta é uma bonita versão.
Até à próxima!

domingo, maio 11, 2008

O melhor amigo do Homem


Todas as crianças pedem um cão aos pais e eu pedia que nunca me dessem um. Desde que tive uma situação menos agradável, quis sempre mantê-los a uma certa distância. Quando era pequena, o cão que estava na moda ter era o caniche. São uns cães um pouco nervosos e estão sempre a ladrar por tudo e por nada mas lá está, são fofinhos, dá vontade de apertar e passar a mão no pêlo. Hoje em dia os cães que estão na moda são os rottweiler e os pit bull. Se repararem são rapazes adolescentes que pedem para ter estes cães para mostrarem sua virilidade, mostrar que são valentões. Mas devem-se esquecer de um pormenor, estes cães não atraem as miúdas. Não há nenhuma rapariga que se queira aproximar com cães daqueles, fazer uma festinha no lombo ou brincar com ele, habilitam-se a ficar sem uma mão. Eles podem mostrar que são maus, valentões e gostam de perigo mas para que é que serve se não conseguem aproximar as miúdas? Perto da minha casa existem alguns destes cães, os donos e os seus respectivos cães juntam-se todos para conviverem um pouco (cá para mim eles não querem mesmo atrair miúdas). Quando saio de casa tenho de ter sempre atenção para ver se não me aparece nenhum à frente. Por vezes é bonito vê-los a correr livremente com uma bolinha na boca a grandes velocidades e eu a querer sair do prédio. E os donos depois acabam por pôr adereços, coleiras muito bonitas, em vez de ter o nome do bobi ainda põem picos para o caso de o cão atacar alguém, para aleijar mais um bocadinho. Acho que estas pessoas só devem conhecer dois tipos de raças de cães, é compreensível. Que saudades eu tenho dos caniches nervosos. Devem pensar que não gosto de cães, o que não é verdade. Eu gosto de cães e um dia ainda irei ter um. Se estão a pensar em ter um cão ou se já têm um cuidem bem dele, tratem-no como um membro da família com todos os cuidados a que ele tem direito mas não comprem rottweiler e pit bull.
Através da fotografia que pus neste post até parecia que ia falar de coisas sérias, a puxar para o sentimento, não era? Ainda não foi desta vez, já pus esta fotografia de propósito só para ver se este blog tem mais leitores, espero ter resultado. Esta fotografia foi retirada através de pesquisa no google mas quando a vi achei-a muito boa e como adoro fotografia chamou-me a atenção. Olhem para ela com atenção.

Até à próxima!

sábado, maio 03, 2008

História da minha vida por músicas



3/4 anos – Música que adorava ouvir antes de ir dormir – “We all stand Together” do Paul Mccartney;

1º Ciclo – Música que cantava para as minhas amigas – “Cantigas do Maio” de José Afonso;

2º Ciclo – Músicas que me faziam dançar – músicas dos anos 50/60 – Por exemplo: “Runaway” de Del Shannon;

12 anos – Música que me fazia (e ainda me faz) viajar – “Summertime” da Janis Joplin;

13 anos – Uma das primeiras que aprendi na guitarra clássica – “Dunas” dos GNR;

14 anos – Música com que sonhava ser a banda sonora do meu primeiro beijo – “Swallowed” dos Bush;

15 anos – Música que ouvia a olhar para as estrelas no Verão – “Sappy” dos Nirvana;

16 anos – Altura das depressões – “Única das Amantes” dos Quinta do Bill;

17 anos – Música que gostava que algum rapaz tivesse feito para mim J - “Tammy” dos Parkinson do Porto;

18 anos – O single da banda onde toquei – “Silverfish” dos Pretty Ugly;

20/21 anos – Música que me marcou pela sua melodia – “Karma Police” dos Radiohead;

21 anos – Música que marcou o festival Paredes de Coura – “Where is my mind?” dos Pixies;

22 anos – Música que marcou o Festival Músicas do Mundo em Sines – “Smells Like Teen Spirit” dos Bad Plus;

23 anos – Música que marcou o melhor concerto de 2007 – “Hate the Police”, versão dos Mudhoney.

Hoje em dia ando a gostar muito de jazz. Estou a fixar-me muito na “Fever”.

Iremos ver mais músicas!

quinta-feira, maio 01, 2008

Música e imagem

O que vos trago hoje é um tema complexo, muitos de vocês não perceberão e não quer dizer que tenham incapacidades cognitivas. Desde que comecei a estudar música associo muito as notas e musicas a cores, imagens, a gestos ou até mesmo filmes imaginados. Bem, devem estar a pensar “por isso é que ela é assim!”. Acho que não sou a única a faze-lo, pelo menos tenho alguém pior do que eu, a minha professora de piano. Como ela diz, ajuda-nos a decorar as músicas e a compreende-las. Sinceramente não sei se todos os músicos o fazem mas eu faço.
Para perceberem melhor o que vos estou a dizer, e neste caso não precisamos de estar a tocar para visualizarmos qualquer coisa, simplesmente quando ouvimos podemos associar a uma cor, imagem ou até mesmo um filme, dou-vos o exemplo de uma música que ouvi recentemente “quarteto de cordas de Webern”. Muitos de vocês não devem conhecer, mas digo-vos que é uma música…interessante. Mas a ideia que vos quero transmitir é que quando oiço aquela música visualizo um porto marítimo com grandes navios a chegarem e a partirem, as gaivotas a sobrevoarem os navios e com um grande movimento de pessoas. Até visualizo um pessoa a chegar atrasada ao navio que iria apanhar. O conhecimento desta música foi me transmitida pelo meu professor de ATC e resolvi partilhar a minha bonita história de um porto marítimo com ele e com as minhas colegas ao que eles não partilhavam da mesma opinião. Eles viam aquela música com mais sofrimento e angústia do que eu, pensando bem, eles tinham razão, pela história do compositor e a época a que estávamos era mais certo o compositor estar a sentir aquilo. Mas, por mais que tente vou associar sempre aquela música a um porto marítimo.
Um colega meu da faculdade partilhou comigo um site sobre música e imagem e resolvi partilhar com vocês. De certa forma é um pouco daquilo que vos falei anteriormente, podemos visualizar várias coisas enquanto ouvimos ou tocamos. Aqui fica um dos vídeos da senhora
Michal Levy.




Até à próxima!

terça-feira, abril 22, 2008

Músicas inesquecíveis

Existem músicas que nos apaixonamos mal ouvimos o início e a partir daí ouvimos quinhentas vezes até nos fartarmos, por vezes acabam no esquecimento, outras ouvimos mais quinhentas.
Há músicas que ao ouvirmos a primeira vez estranhamos ou até mesmo detestamos mas ao ouvirmos uma segunda ou terceira vez entranha-se e ouvimos mais quinhentas vezes, assim acabam por nos surpreender e descobrimos coisas novas cada vez que ouvimos. Músicas que ouvimos quando éramos pequenos e nunca mais as esquecemos e quando as ouvimos em adultos, a nossa infância regressa. Outras lembram pessoas especiais, momentos especiais, outras ex-namorados e nesses casos temos de desligar o rádio ou simplesmente não pôr o CD. Músicas que ouvimos sozinhos, outras acompanhados, outras quando estamos tristes e outras quando estamos animados, existem as músicas dos vizinhos e as de “abanar o capacete”. Musicas secretas que ninguém pode descobrir que as ouvimos e ainda músicas que por mais que não queiramos gostamos delas. Existem aquelas que adoraríamos tê-las composto e outras compostas por nós que nunca iremos mostrar a ninguém.
Mas existem aquelas músicas que são inesquecíveis não por serem maravilhosas mas por não as suportarmos. Se quiserem estragar o meu dia ponham “O feitiço” de André Sardet e verão a verdadeira Ana Patrícia. Na realidade é mesmo uma música feiticeira, aparece quando menos esperamos. Eu simplesmente detesto aquela música como tantas outras que por
vezes me apanham desprevenida e ainda tenho de ouvir o início até conseguir mudar de frequência no rádio ou até encontrar o comando da televisão no sofá cheio de almofadas.
No fundo, para mim, o que sentimos em relação às músicas é o mesmo quando nos apaixonamos, umas vezes gostamos mal a ouvimos mas acabam no esquecimento, outras demoramos a gostar mas quando acabamos por descobrir a beleza daquela música é difícil esquece-la e outras passam anos e não as conseguimos deixar de ouvir por mais que queiramos e aí estamos perdidos, não é só paixão! Tenho imensas músicas inesquecíveis mas já que ando numa de ouvir de tudo que seja jazz deixo-vos com umas das primeiras músicas que ouvi cantada pelo Frank Sinatra e é umas das minhas preferidas. Neste caso é cantada pelo Michael Bublé. Espero que gostem!

Até à próxima!

sexta-feira, abril 11, 2008

Situações caricatas II

O metro é um dos sítios mais propícios para acontecerem coisas estranhas e desagradáveis, como levar com as portas do metro ou ficar entalado quando se mete o cartão para entrar/sair da estação e aquilo não abre bem, lá levamos com uma porta. Quando andamos no metro é preciso estar atento, tudo pode acontecer. Conheço pessoas que se queixam que nunca arranjam lugares no metro, que as pessoas são desagradáveis e rudes ou já foram roubadas. Bem, confesso que, apesar de já ter levado com as portas, nunca me acontece nada de especial e para mais arranjo sempre lugar, agora não me perguntem como consigo.
Da última vez aconteceu algo bizarro. Eu ia muito bem no metro a ouvir a minha musiquinha no leitor de mp3 quando começo a ouvir Rolling Stones e eu não tinha nenhuma música no leitor. Notei que todas a pessoas olhavam para trás de mim, quando me apercebo estava um homem a ouvir Rolling Stones e a cantar como se estivesse num concerto. Toda a gente acenava e parecia incomodada por ele estar a fazer aquilo, eu confesso que comecei a rir e já estava a contagiar-me. Todos nós devíamos começar o dia como se estivéssemos num concerto. Admiro o homem por conseguir fazer aquilo e para mais assobiava muito bem, muita técnica, muitos anos de prática. Devem estar a pensar “admiras?”, é verdade, admiro porque gostava de um dia fazer aquilo que ele fez, imaginem que vão no metro e vão ouvir a vossa musiquinha, por vezes apetece-nos cantar mas não o fazemos porque as pessoas vão pensar que somos malucos, claro! Logo ele não teve problemas em faze-lo, também porque era maluco, lá está. Nesse dia andei o dia inteiro com a música “satisfaction” na cabeça, ele pode ser maluco ou o que quer que as pessoas possam dizer mas pelo menos animou a minha manhã.
Admiro todas aquelas pessoas que não se importam com o que os outros dizem e fazem o que lhes apetece porque simplesmente lhes apetece, sem prejudicar ninguém, claro! Confesso que não me importo muito com o que dizem e faço quase tudo o que me apetece, bem…não é bem assim mas é quase. O segredo é não ter “vergonha” de ser quem somos. É com esta frase cheia de esperança que vos deixo com vídeo dos Rolling Stones “satisfaction” a quem dedico ao senhor do metro.
Até à próxima!

quarta-feira, março 26, 2008

Les Ballets Trockadero de Monte Carlo

Quando era pequena, como acontece a todas as crianças, perguntaram-me o que queria ser quando fosse grande, eu respondia que queria ser bailarina e “fazer casas”. Em relação à segunda profissão que me referia não era à construção civil, não. Mas andei a ser gozada durante anos pelo meu irmão por causa disso. Na realidade eu queria ser arquitecta. Com pena minha nunca tentei seguir nenhuma destas áreas.
Em relação ao bailado, sempre adorei ver. Vejo quando posso no canal mezzo, apesar de a maioria das pessoas acharem que é o canal mais foleiro da Tvcabo, eu admito, eu gosto do canal mezzo, dá bailado durante o dia e jazz à noite, perfeito! Sempre quis ir ver um bailado ao vivo, soube que Les Ballets Trockadero de Monte Carlo estavam em Portugal e resolvi ir ver. Ontem foi o primeiro dia mas eles estarão até domingo no Tivoli. Mas este é um bailado diferente de todos os outros é um bailado cómico, alguns homens vestem-se de mulheres e dançam alguns dos temas mais conhecidos. Para quem gosta de bailado, aproveitem, passei o tempo todo a rir e para mais eles são realmente muito bons. Os bilhetes não são caros e vale a pena. Faço um apelo aos homens de Portugal não tenham vergonha de ir ver só porque vão ver senhores de collans e vestidos de bailarinas, digo isto porque não conheço um único homem que goste de bailado.
Se forem ver deixem aqui um cometário para saber o que acharam. Divirtam-se!



Até à próxima!

sexta-feira, março 21, 2008

Situações caricatas


Já devem ter ouvido e visto na televisão vezes sem conta senhores com uma certa idade que entram em contra mão na auto-estrada. Eu perguntava-me será que não vêem bem, precisam de mudar as lentes dos óculos ou têm alzheimer. No fundo preocupa-me que um dia quando for mais velha saia à rua e todos estejam a andar em contra mão.
Há um mês atrás percebi porque é que isto acontece, afinal todas as minhas teorias foram por água abaixo. Existem dias que mais vale nem sairmos de casa, e este foi um deles. Percebi realmente porque é que as pessoas de uma certa idade começam a andar em contra mão e tudo porque uma colega minha me ofereceu gentilmente boleia. Mas quem ia a conduzir era o seu avô, com um ar gentil e animado. Na realidade senti um arrepio na nuca quando aceitei o convite, eu até gosto de andar a pé e não era assim tão longe.
A viagem começou bem até ao momento em que apareceu uma placa de sentido proibido e o senhor continuou todo confiante nessa direcção. Lá apareceram uns senhores a gritar para o carro a dizer que não se podia ir para ali, o avô pediu desculpa e virou para outro sítio. Naquele momento senti que seria a viagem mais longa de toda a minha vida. No sitio onde nós estávamos havia muitas obras e maioria das entradas estavam fechadas mas este avô não se importou com isso e houve um momento em que tentou entrar noutra estrada em que tinha uma placa de sentido proibido e eu disse-lhe “não pode ir para aí, é proibido” e ele vira-se e diz (nunca mais esquecerei estas palavras) “Mas eu não vou dar a volta, vamos por aqui”. Naquele momento vi o filme da minha vida a passar-me à frente e pensei nas coisas que gostaria de fazer e não tinha feito. Ele continuou convencido que aquele era o melhor caminho, todos os senhores dos carros de sentido contrário a olharem para ele e ele na maior das descontracções. Houve um momento em que um carro estava parado em sentido oposto e ele vira-se e diz “Olha-me este, nem encosta”. Eu acho muito bem ele ter dito aquilo, porque toda a gente que conduz deve pensar nos malucos que andam em contra mão, devemos pensar “Bem, esta estrada só tem um sentido mas nunca se sabe se do outro lado vem algum carro, é melhor encostar”.
Este senhor simpático queria que eu ficasse mesmo à porta do sítio para onde ia mas isto significava em entrar em mais sítios em que era proibido, até que houve um momento em que gritei e disse “Muito obrigada, mas fico por aqui, está óptimo, óptimo!” ele só parou realmente quando abri a porta com o carro em andamento e ali ele percebeu que realmente estava óptimo para mim.
Foi aqui que percebi que afinal as pessoas com uma certa idade não conduzem desta maneira por terem problemas de visão ou mesmo por terem doenças incapacitantes mas sim pela falta de paciência. Eles não medem as consequências e na realidade comportam-se como jovens adolescentes. Um conselho, nunca aceitem boleia de pessoas com uma certa idade, não preciso de dizer mais nada!

Até à próxima!

terça-feira, março 18, 2008

Esta ode é para ti, minha querida Lícia

Quero dedicar este post a ti, estejas onde estiveres... provavelmente num mundo bem melhor do que este.

Quero dizer que sempre te adorei, que mesmo com as nossas turras de "irmãs", mesmo com o teu selectismo acerca das pessoas (... sim... porque tu sempre gostaste de quem gostava realmente de ti), mesmo com o feitio especial que tinhas... foste para mim uma grande amiga e ficarás sempre no meu coração.

Tenho pena de não teres visto uma última vez a luz do sol, de não me ter despedido de ti com um abraço... vou sentir saudades da tua companhia verdadeira, de sentir o teu pêlo nas minhas mãos... aliás, já sinto...

Minha querida Lícia, rest in peace...

"Cão como nós"
Como nós eras altivo
fiel mas como nós
desobediente.
Gostavas de estar connosco a sós
mas não cativo
e sempre presente-ausente
como nós.
Cão que não querias
ser cão
e não lambias
a mão
e não respondias
à voz.
Cão
Como nós.

Manuel Alegre

E foste, sem dúvida, uma de nós...

sábado, março 15, 2008

Admiração

Ontem fui ver um grande concerto, o concerto da Stacey Kent. Uma das minhas cantoras favoritas. O meu interesse por jazz começou por causa dela, tem uma voz super limpa e serena, não precisa de muitos “vibratos” ou gritar como a whitney Houston para ser uma excelente cantora e para mais é uma mulher simples e simpática, deu para ver isso na sessão de autógrafos. Bem, eu detesto pedir autógrafos, não vejo grande utilidade em pedir um porque a pessoa que nós admiramos escreve num pequeno papel “ For Anna with love Stacey Kent” mas nunca mais se lembra de nós. Normalmente se se lembrarem de mim foi por ter dito alguma coisa realmente estúpida por causa dos nervos. Tenho esse dom de dizer coisas estúpidas quando estou nervosa e principalmente piadas que não têm piada nenhuma. Não se assustem porque neste caso nem disse nada de parvo à Stacey Kent mas tudo por causa do meu inglês, não consegui articular nada…não estamos habituados a falar inglês quando chegam estas situações nem uma piada estúpida conseguimos dizer, felizmente. Para mais nem lhe consegui dizer que Ana não era com dois n’s, ela bem me perguntou mas eu não consegui articular uma palavra sequer. Eu fui lá mais para tirar uma fotografia com ela, para não variar ela não percebeu que era para tirar comigo e ignorou-me e só estava a tirar com a minha amiga. Lá depois deu conta e levantou-se toda sorridente. Só a mim me acontece coisas destas, mas pelo menos divirto-me à grande com as coisas “irreais” que me acontecem. Para quem já leu isto tudo e não sabe de quem estou a falar oiçam Stacey kent, a sério, para a saúde dos vossos ouvidos. Foi dos concertos mais perfeitos que já vi. Os músicos eram excelentes.
Como já disse anteriormente tenho o dom de dizer coisas estúpidas quando fico nervosa, normalmente quando estou perto de pessoas que admiro (excluindo membros da minha familia). Como ultimamente tenho estado muitas vezes nessa situação, deixo um conselho ao caro leitor que está desse lado, se tem o mesmo problema do que eu, faça como eu mantenha-se calado, diga uma piada que tem a certeza que vai ser engraçada e ponha toda a gente a rir e depois cala-se, não se entusiasme se não eles terão a confirmação que é realmente parvo, como eles imaginavam.

Até à próxima!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Traumas de infância


Todos temos alguns traumas que nos perseguem a vida toda e se pensarmos bem, alguns deles nascem algures na nossa infância. Eu tenho três terríveis traumas de infância que gostava de partilhar convosco o primeiro é o mini milk. Sim, o magnifico gelado de leite. O nome do gelado engana as criancinhas, porque quando temos 5 anos não sabemos o que quer dizer milk. Eu nunca fui muito apreciadora de leite por isso este gelado não me agradava muito. Eu adoro gelados, e sempre que pedia um gelado aos meus pais saia-me sempre o mini milk, claro que eu preferia o epá, um cornetto ou até mesmo o calippo. O epá é que é um gelado como deve ser, tem um nome cool e ainda por cima tem uma pastilha elástica para ainda ficarmos mais “cools”. Era a combinação perfeita para mim porque tem a duas coisas que mais gosto pastilha elástica e gelado. Por mim acabava-se com o mini milk ou mudavam de nome e passava a chamar-se mini leite, parem de enganar as criancinhas!
Outro dos meus traumas é o vitinho. Sim é verdade, toda a gente gosta do vitinho mas eu não consigo ver o gajo à frente. Para quem não o conhece era aquele menino que ia dormir com um chapéu de palha na cabeça. Sempre que ele aparecia na televisão era certo como ia para a cama dormir. Claro que eu bem tentava mudar de canal só para os meus pais não verem, muitas vezes consegui que eles me deixassem estar mais meia hora a ver televisão porque mudava de canal e eles não ouviam o vitinho e perguntavam “Então já deu o vitinho?” e eu “não, ainda não, é cedo, eu adoro o vitinho!”. Mas é verdade ainda hoje não gosto do vitinho e traz-me más recordações. Ainda por cima nessa altura aparecia em todos os pacotes de cereais e bolachas. Tinha que o gramar até de manhã, quando me levantava lá estava ele no pacote do nestum com um ar feliz. Ainda hoje me lembro da música, é impossível conseguir tirar aquela música da cabeça. Sempre que via o vitinho desejava que em vez “está na hora da caminha, vamos lá dormir” dissesse “está na hora dos desenhos animados vamos lá ver televisão”.
E por último o Mr. Been. Eu adoro o Mr. Been e quando era pequena por mais que aquilo repetisse na televisão eu gostava de ver. Mas agora tornou-se uma tortura, todos os domingos de manhã quando ligo a televisão lá está ele. A RTP está a estragar os momentos bons que passei a ver o Mr. Been. Devia haver uma petição para pararem de dar o Mr. Been na televisão.
Por isso se quiserem partilhar traumas comigo estão à vontade.

Até à próxima!

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Manias

Foi lançado um desafio ao nosso blogue pelo blogue da minha amiga Ana, Billa's World. Normalmente não costumo embarcar nestes desafios porque acabo por me esquecer ou não ter tempo para escrever. Mas hoje arranjei tempo para este desafio. Depois de ter lido as manias da Ana fiquei desiludida, não por ela ser uma pessoa com muitas manias mas sim porque tem a maioria das minhas manias e agora o que vou escrever? Era boa ideia inventar umas novas, inventar manias originais e com classe. Agora sou eu que deixo um desafio para quem lê o blogue, que são para ai 2 pessoas, vá lá 3, eu vou inventar uma mania e vocês têm que adivinhar qual foi aquela que eu inventei. Aqui vão as minhas manias:

1 – Quando envio um mail a alguém, faço um trabalho ou até mesmo quando escrevo no blogue tenho a mania de ler 500 vezes (número inventado) o que escrevi para ter a certeza que não existe nenhum erro, se está bem escrito e com o texto justificado (se for um trabalho). Concluindo, se alguém me diz para enviar rapidamente um mail, o meu rapidamente é depois de ler as vezes necessárias para ter a certeza que está correcto e mesmo assim sinto que às vezes não chega. Grande mania ou outra coisa que quiserem chamar.

2 – Também tenho a mania da pontualidade, não era para repetir nenhuma das manias da Ana, tirei o andar de pijama e as listas mas esta teve de ser. Esta é uma mania que me consome e que me destrói. Tenho muito a mania da pontualidade, por isso se eu não aparecer é porque aconteceu alguma coisa que me impossibilitou mesmo de ir ou fiz de propósito. Chego sempre antes da hora combinada, agora já consigo chegar só um ou dois minutos antes. Detesto quando chegam atrasados a um encontro, fico com um péssimo humor, por isso não me façam isso. E sou mesmo capaz de deixar de combinar coisas com quem tenha o hábito de chegar atrasado. Eu sei que sou cruel.

3 – Tenho a mania de ir todos os dias ver o mail e ir ao msn, nunca se sabe quem quer falar comigo ou até mesmo receber um mail super importante. Nem que esteja lá só 5 minutos, tenho que ir lá dar uma espreitadela.

4 – Tenho uma terrível mania de comer ovas salgadas de esturjão e crustáceos decápodes marinhos
todas as manhãs. Acho que é a primeira vez que alguém escreve num blogue “ovas salgadas de esturjão” para quem não sabe o que é vá procurar, para isso é que serve a wikipedia.

5 - A minha última mania é um pouco estúpida e acho que muita gente tem essa mania, não é bem uma mania, acho que se chama mais de responsabilidade ou até mesmo ter tempo para a fazer, que se chama “fazer o TPC”. Desde pequena, que me sinto terrivelmente mal se não fizer os TPC’s todos que os professores me dizem para fazer. Eu sei que é uma mania estúpida mas se não fizer o TPC sinto-me mal até ao dia da aula. Já tentei deixar uma vez de os fazer mas não consigo. Estou-me a esforçar para isso.

Depois deste post, que comecei a escrever às 8h, sempre que combinar alguma coisa com vocês, vão chegar sempre a horas, vão passar a enviar-me mails a gozar comigo só para eu ter que os ler, vão querer tomar o pequeno almoço sempre comigo e só espero que não passe nenhum professor meu por aqui se não estou tramada.

Deixo este desafio aos seguintes blogues:

Coisas de pai

Ephemera

Conservatório Regional Silva Marques (até gostava de saber!)


Até à próxima!

domingo, janeiro 06, 2008

O melhor evento de 2007


Antes de mais quero desejar-vos um excelente ano de 2008. É com muito prazer que digo que o ano passado, para mim, foi um ano rico em concertos a que fui assistir (comparando com os outros anos).

Queria falar-vos um pouco do concerto que, até me atrevo a dizer, foi o melhor da minha vida… ocorreu no dia 11 de Julho no Culto Club, o concerto dos MUDHONEY. Eu não conhecia bem esta banda, embora tenha surgido no pequeno movimento de rock que se revelou no princípio dos anos 90 que adoro - movimento esse que, a meu ver, veio trazer alguma qualidade musical à época.

O meu jovem amigo, o Pedro do Porto, convidou-me a ir ver esse concerto e lá me convenceu… fui naquela a pensar que teria poucas oportunidades como aquela em ouvir boas bandas de rock que tragam ainda um pouco a influência dos anos 70 e lá fui. Como a minha amiga Ana também ia, fomos os três no meu boguinhas que já não funciona lá muito bem. Jantámos por lá (pregos) e depois fomos para o bar… um bar com um palco pequeno, nenhuma divisória para separar o público da banda, com umas escadinhas e com mesas lá em cima para as pessoas que não se queriam juntar à confusão.


Naquele ambiente super intimista, antes de começar o concerto dos Mudhoney, o nosso amigo Pedro foi lá para o meio, para o moche e eu e a Ana ficámos na terceira fila, no lado esquerdo do palco.

O concerto começou com a banda DÖ3 a fazer a primeira parte… penso que seja uma banda de Coimbra. Deram um bom concerto, sempre a elogiar os nossos amigos Mudhoney.

Quando o concerto começou, reparei que ficámos precisamente à frente do Steve Turner, o guitarrista. Os elementos da banda permanecem os mesmos de há anos menos o baixista. Mark Arm (vocalista), Dan Peters (baterista), Guy Maddison (baixista) e Steve Turner (guitarrista) – os representantes da banda.

O concerto foi bem mexido! Não parei de saltar! Não houve muita luta para os meus lados, só alguns encontrões… no crowd surfing havia sempre um rapaz à minha frente ou ao meu lado que mandava a pessoa para outro sítio. A banda em palco super animada… o Mark com o seu sorriso formidável, o Steve muito no seu mundo, o baterista e o baixista também a vibrarem com o feedback do público. O público que subia para o palco levava com um pontapé ou empurrão simpático do Mark. Quando tocaram a “Hate the Police” foi o pânico… aí gritei com a agitação que se originou. :P Foi durante o concerto que conheci a Sara, uma jovem simpática e pequenina do norte. Coloquei-a à minha frente e cantou a “Fix me” com o Mark :D.

Quando o concerto terminou, estávamos todos em água… eu era um rio em pessoa! Reparámos que depois lá em cima estava o Guy… pedimos um autógrafo, depois apareceu o Steve e o Mark. Tirámos uma foto com eles! Foi assim que conhecemos o Luís, um jovem que trabalha em Loures e também tem uma banda.

Fomos para a rua e lá estava o Dan, a beber uma cerveja sozinho, a observar o nosso rio Tejo… fui pedir um autógrafo, elogiei o concerto e o Pedro perguntou porque é que não tocaram a Here comes Sickness. Respondeu que o Steve não gostava da música.

O resto da banda foi beber também para fora do bar. O Steve ficou a conversar com a Sara e depois o Mark. Depois eles foram-se embora e nós ainda estávamos perplexos com as suas atitudes anti-vedetas… foram tão acessíveis connosco! Adorei!!!!!

A Sara e os amigos ficaram por lá… o Luís veio connosco até Lisboa, onde tinha deixado o carro… fizemos novas amizades e encontrámo-nos novamente todos em Paredes de Coura… concerto inesquecível este… ficará sempre no meu coração.