sexta-feira, dezembro 21, 2007

Patrícia no mundo do jazz


Tudo começou há uns anos atrás quando passei do “não gosto de jazz” a passar a ouvir todos os dias músicas de jazz no youtube e a descobrir os caminhos do jazz. Quando pergunto a alguém se gostam de jazz todos me dizem: “ah! E tal! Não é um género que goste muito”. Pois bem ninguém pode ter o mesmo gosto musical, se não andávamos todos a cantarolar músicas pimba e isso seria um desastre. Mas normalmente quem me diz isso só ouviu uma ou duas músicas de jazz, o jazz não é todo igual, como acontece na música clássica ou outro género musical. É preciso procurar até encontrarmos um que gostemos. Eu confesso que não gosto de jazz fusão, que é o que a maioria do pessoal ouve e diz que o jazz é todo assim, é mentira. Eu também achei o mesmo quando ouvi. Mas como vos disse eu comecei a gostar de jazz há uns anos atrás quando uma amiga minha me enviou uma música lindíssima e a partir dai comecei a procurar. Do “não gosto de jazz” passei a “até gosto disto” e cada vez mais comecei-me a identificar com o género. Mas há 2 anos para cá, comecei a ouvir Jamie Cullum, eu sei que o estilo dele é uma mistura de pop com jazz mas eu gosto porque é um estilo que chega a todos e ele consegue fazer grandes solos lá pelo meio e o que mais me cativa é a energia dele em palco. Confesso que gosto mais de jazz com voz, principalmente feminina, mas existem músicas lindíssimas só instrumentais.
Comecei a pesquisar até que cheguei a Michel Camilo e muitos outros. Eu não costumo comprar muitos cd’s mas vou passar a comprar, por vezes os cd’s são caros e para quem gosta de música e quer estar sempre actualizado é mais fácil ir ao youtube e passar horas a fio a ouvir. Mas há 1 ano para cá que o meu interesse pelo jazz tem aumentado e de “até gosto disto” passei a “eu identifico-me mesmo com este género”. O meu gosto foi aumentando até que desejei aprender a tocar. Apesar de ter pensado sempre que o jazz era super difícil de ser tocado, até mesmo sendo pior do que tocar música clássica. Comecei a procurar livros que me ensinassem alguma coisa, livros de Bill Evans e de outros músicos, que ensinavam como tocar jazz e blues. Apesar de preferir ter aulas com alguém que percebesse mesmo daquilo, até pensei ir ter aulas de jazz mas com quem? Já tenho o horário tão preenchido com a faculdade e o conservatório, que pensei que não iria dar. Até que por coincidência vieram ter comido a dizer que o Hot Clube ia dar aulas no conservatório se eu não queria participar, eu nem queria acreditar! Fiquei por segundos a pensar “ mas que raio, como é que eles vêm cá? Ah?” ainda nem percebo como é que isto surgiu logo na altura que mais queria aprender a tocar jazz. Estava tão entusiasmada, que até fui trabalhar só para pagar as aulas de jazz, comecei a dar aulas de piano, já agora se alguém estiver interessado em ter aulas é só falar comigo (é preciso aproveitar o tempo de antena).
Até que chegou o momento de ter a minha 1ª aula de jazz. Ainda me lembro de todas as palavras que disse o presidente do Hot Clube, desde o 1º dia que absorvo tudo o que me dizem para não escapar nada. E houve uma coisa que ele disse que não esqueci e lembro-me muitas vezes disso, e por vezes é o que me faz não desanimar quando as coisas correm menos bem que foi o seguinte, dita mais ou menos por estas palavras “a 1ª aula pode correr muito mal, pode ser péssima, mas a 2ª já não vai ser tão má quanto a 1ª, vão melhorar de aula para aula, até que chegam a uma altura que vão tocar muito bem”. Claro que eu vi logo isso na 1ª aula, quando olhei para o piano e não sabia o que fazer e pensei espero que a 2ª seja melhor, e ele tinha razão a 2º aula não correu tão mal quanto a 1ª e vejo que de aula para aula vou melhorando. Eu não sou de desistir à 1ª dificuldade, por isso enquanto vir melhorias não vou desistir de uma coisa que adoro fazer. Para mais os professores são óptimos e dão-nos imenso apoio. Pelo que eles dizem evoluímos muito com poucas aulas. Bem, isso motiva-me e faz-me trabalhar ainda mais. Jazz é a junção das 2 coisas que mais gosto de fazer, que é compor e tocar piano. Aqui posso pôr um bocadinho de mim nas músicas, de certa forma compor a minha improvisação no momento. Passei anos a ouvir o que tinha que fazer quando tocava música clássica, para não dizer que as audições de piano são “super divertidas”, não sei como alguém consegue divertir-se a tocar aquilo e para mais sozinho. Finalmente, consigo divertir-me e sentir prazer a tocar piano, tocar com amigos e tocar na maneira que quero tocar. As aulas de piano ajudaram-me a ter técnica, mas a técnica não é tudo, se não fosse as aulas de composição, formação musical e agora de jazz, ia-me sentir mais pobre e para mais com mais dificuldades. Isto sim, diverte-me e preenche-me. Por isso agora estou na fase em que digo “eu adoro jazz”.

Até jazz ;)